sábado, 28 de junho de 2008

“Formação da transformação da poção: Mar!

Pinga a pinga da pinga pingada!
Balança no vento, na sombra da balança pesada!
Pinga, pinga, a maldita pinga, pingada do vento, na sombra da nuvem molhada!
Escorre, na escada, a cascata escorrida proveniente da pinga pingada da nuvem!
Alaga a lagoa, largada no tempo, pela pinga pingada caída do vento!
Transforma-se a lagoa no lago alagado, que antes foi largado pela pinga pingada!
Esse mesmo lago tem dentro de si: peixes, peixinhos, sapos, sapinhos, até ao dia em que chegaram os barcos, barquinhos!
A partir desse dia, o lago era rio, que corria de riada ??? numa corrida desenfreada e passando por uma encruzilhada acasalava com as rias resfriadas dando à luz, na foz pirateada, o mar!
Assim nasceu o mar!
O mar, marado e almariado, que outrora foi lago, laguinho, rio, riozinho, da nascente da pinga pingada no tempo!

“Vida que és tu, senão sonho”

Vida que és tu, senão sonho? Na história, na vida e nos sonhos! Que frase tão certa e tão esquecida, na mente das mentes humanas! Afinal o que és tu, vida? Serás breve, simples e sem nada, quando ainda és nada num leito maternal, mas poderás no teu decorrer, ser tudo, intensa e longa.
Há quem diga que és passagem, há quem diga que és breve, mas tu própria sabes bem, que és mais que passagem, que és mais que breve. És ouro, és prata, ódio e intriga. Afinal que és tu vida? Podes ser sonho, podes ser pesadelo, rei das arábias, sultão dos reinos. Podes ser o que mais ninguém é, vida! Pois já um poeta dizia: o sonho comanda a vida!
E todos nós queremos, que nesta dança da vida a felicidade seja o nosso par. Se assim é, porquê que nos recusamos a ser meros soldadinhos, ao comando da comandante vida!
Vida que és tu, senão sonho? Profunda, solene, e impossível de esquecer. Marcante!
A guerra é um sonho, a paz é outro sonho!
Passamos pela vida, chegamos ao fim, e paramos para pensar…E o que foi que fiz da vida? Fui semente, fui cacho, dei vinho e morri. Como qualquer matéria!
Afinal a vida é um sonho! Com cor, sem cor, a preto, a branco, com menos, com mais… mas afinal fui gente, não passei de semente, que nasceu, cresceu e morreu!
Afinal a vida é um sonho! Vida que és tu, senão sonho?

“O que fui, o que sou, o que serei… A vida!”

Fui homem, sou puto, serei nada!
Fui nada de um nada, que me fez nada, para ser nada!
Fui fruto, dei fruto, já não dou nada, para mais nada dar!
Afinal! O que fui, o que sou, o que serei?
Nada? Tudo? Mais ou menos nada ou quiçá mais ou menos tudo?

Fui homem genético, sou gasto genético, serei pó genético!
Fui matéria, sou matéria, serei adubo!
Ao fim de algum tempo, já sei o que sou!
Fui gente da gente que viveu num tempo de gente!
Hoje sou um velho, entre os velhos, vivendo num sítio de velhos!
Serei no futuro um grão de pó entre os pós, inserido nos pós, com a sorte de estar com outros pós numa grande poeira…
Afinal, todos nascemos para ser pó!